Nossas operações contam com a água como um recurso crítico. Por isso, seguimos padrões de qualidade rigorosos que garantem a conformidade com todos os regulamentos do Ministério da Agricultura sobre o consumo e qualidade de água nos processos e com os limites de quantidade e qualidade em nossas outorgas de água e efluente. Em nossos processos produtivos, realizamos medições e gestão diária do consumo de água e priorizamos a captação de fontes superficiais, reduzindo a exploração subterrânea e evitando o uso de água da rede pública.

Atuamos ativamente nos Comitês de Bacias Hidrográficas das regiões nas quais estamos presentes e engajamos nossos parceiros de negócios, com avaliações e indicadores que abordam o assunto água. Na cadeia, os produtores integrados são orientados para o uso racional do recurso. Os integrados são monitorados e avaliados anualmente por intermédio de um check list de sustentabilidade, que avalia a disponibilidade de água no último ano.

Nossa gestão adota, entre outras medidas, uma metodologia de avaliação de risco e vulnerabilidade hídrica, definindo uma pontuação de exposição de cada uma delas e planejando medidas preventivas e corretivas. A ferramenta avalia fatores internos e externos à operação, ligados à disponibilidade e qualidade da água e à dependência da unidade em relação ao recurso. A sua aplicação visa construir um mapa de vulnerabilidade hídrica das operações da BRF, comparar indicadores de risco entre as unidades e subsidiar projetos e investimentos para mitigar riscos.

Por meio de ações, como o reuso de água (evitando nova retirada do meio ambiente), a priorização de captação superficial (com maior renovação do recurso), o tratamento da água residual para seu lançamento e a devolução de cerca de 95% da água captada do meio ambiente (já que na BRF não usa água como matéria-prima), trabalhamos para nos posicionar como uma empresa que utiliza esse recurso tão importante de forma responsável. Em linha com nossos compromissos, destacamos a unidade de Bandirma, onde 50% do volume de água consumida na unidade é proveniente do sistema de reciclo de água.

Na BRF, tratamos todos os efluentes oriundos de nossas atividades, a fim de mitigar danos ambientais aos corpos hídricos e ao solo. Para melhor gestão e controle, é realizado o monitoramento dos padrões de lançamento de efluentes, que variam de acordo com a destinação final e parâmetros estabelecidos em legislações e em outorgas de uso de água.

Assim, 100% da água utilizada para o processamento de nossos alimentos é tratada em linha com os padrões estabelecidos pelas legislações ambientais. Em média, a taxa de retorno da água captada ao meio ambiente de 85%.

Cabe ressaltar que a natureza dos efluentes da BRF é orgânica, ou seja, composta principalmente por proteínas e gorduras e por detergentes biodegradáveis utilizados no processo de higienização. Não há substâncias particularmente preocupantes nos efluentes. Também realizamos o acompanhamento da qualidade dos rios onde captamos e lançamos os nossos efluentes, após o devido tratamento. As informações contribuem para uma gestão antecipada, com foco na mitigação de possíveis impactos nas regiões onde atuamos e na promoção de uma convivência harmônica com o meio ambiente.

Dispomos, ainda, de uma diretriz corporativa, aplicável às atividades industriais e agropecuárias, que padroniza e orienta as atividades geradoras de efluentes sobre os parâmetros e frequência para monitoramento e conformidade da emissão dos efluentes. Entre as análises de poluentes realizadas estão, por exemplo, matéria orgânica, compostos organoclorados e ecotoxicidade. O atendimento aos padrões de efluentes é um parâmetro que compõe o Indice de Sustentabilidade Ambiental – ISA.

Por meio do Programa de Excelência Energética BRF buscamos promover o consumo sustentável de energia em operações fabris e administrativas. No programa, indicadores de desempenhos e metas são estabelecidas, o consumo de energia é monitorado nos diferentes processos, considerando as linhas, as categorias e os produtos finais elaborados. As atividades em centros de distribuição, agropecuária e áreas administrativas também são monitoradas.

Mantemos também o Comitê de Energia da BRF, formado pelas equipes de Engenharia, Controladoria e Procurement, que se reúne com periodicidade mensal, para acompanhar as iniciativas, estudar formas de redução e monitorar plano de investimentos para os próximos anos. A produção de energia limpa, como eólica e solar, é uma das frentes prioritárias do plano Net Zero 2040. A meta da Companhia é chegar em 2030 com mais de 50% da matriz de energia elétrica proveniente de fontes limpas nas suas operações.

Para isso, firmamos uma parceria com a AES para a construção de um parque eólico, e com a Intrepid Participações S.A., para a criação de um complexo de energia solar. Com os dois projetos será possível garantir cerca de 90% do consumo energia das unidades no Brasil. Em 2023, com o início das operações do parque eólico, 8% do nosso consumo de energia elétrica foi atendido por energia limpa, com rastreabilidade comprovada, sendo 4% de autoprodução. No mês de dezembro, esses números alcançaram 16% e 14%, respectivamente (SAIBA MAIS EM MUDANÇAS CLIMÁTICAS).

A BRF ainda adota linhas anuais de investimentos para aplicar recursos próprios para a atualização de tecnologia e para a compra de equipamentos mais eficientes. Como, por exemplo, destacam-se a padronização de procedimentos de controle de temperatura dos túneis de congelamento; a implantação de controles automáticos e variáveis de equipamentos de ar comprimido; e a atualização da tecnologia de iluminação nas fábricas para o sistema LED.

Além dessas iniciativas, a BRF aproveita a disponibilização de recursos oriundos dos Programas de Eficiência Energética das distribuidoras de energia, sob recomendação da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), com ações como a substituição de motores e bombas elétricas comuns para equipamentos de alto rendimento, o que também traz impactos relativos às emissões de GEE.

Também priorizamos o uso de fontes renováveis em nossa matriz energética, chegando a um percentual superior a 90% do total. A maior contribuição é da biomassa – proveniente de áreas próprias de reflorestamento – utilizada para geração de vapor em nossos processos produtivos.